#fotografetododia - Profundidade de Campo

A profundidade de campo é um assunto importantíssimo na hora de fotografar, nessa postagem vamos analisar vários fatores relativos a ela.
Essa é a segunda publicação do Cultura Fotográfica sobre este assunto, então para melhor compreendimento vale a pena ler a primeira, na qual falamos sobre como aplicar o efeito de fundo desfocado configurando a lente para uma abertura máxima, com a maior distância focal possível e se aproximando o máximo possível do objeto. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto.

Legenda: Henri Cartier-Bresson, Desempregado em Hamburgo, Alemanha 1952-1953
Descrição: Em primeiro plano vemos um homem encostado em uma parede, com uma placa no pescoço. Mais ao fundo, mesmo estando desfocadas, vemos várias pessoas transitando.



A profundidade de campo é a área antes e depois do plano focado que pode ser considerada em foco. Pense que um plano focado de uma imagem é formada por milhares de pequenos pontos, e conforme a distância em relação a ele vai aumentando os pontos se tornam círculos, quando esses ficam muito grandes, temos o que chamamos de círculo de confusão, a partir daí a imagem está desfocada

O círculo de confusão poderá variar de tamanho devido a vários fatores. O tamanho no qual a foto será exibida é um deles por isso uma foto que pareça desfocada na tela de um computador pode não parecer vista em um celular.

Entender bem esses conceitos ajuda na hora de decidir a configuração que vamos usar na hora de fotografar. No caso de paisagens, por exemplo, é ideal usar grandes profundidades de campo para que toda a cena esteja nítida, também é necessário pensar bem onde colocar o foco da câmera, se você focar em um objeto próximo, mesmo com uma grande profundidade de campo, é possível que os objetos mais distantes estejam desfocados e vice versa. 

Já no caso de retratos, muitas vezes uma curta profundidade de campo pode ser a melhor escolha, mas cuidado, caso ela seja muito curta pode ser que uma boa parte do rosto de uma pessoa fique desfocado.

Henri Cartier-Bresson, famoso fotógrafo francês responsável por algumas das mais icônicas fotos da história e um dos fundadores da agência Magnum, que é considerada uma das mais importantes agências de fotografia da história, tem em seu portfólio várias imagens na qual podemos observar profundidades de campo muito bem calculadas.

Legenda: Henri Cartier-Bresson, Mulher muçulmana na encosta da colina Hari Parbal 1948
Descrição: Quatro mulheres vestindo roupas brancas que cobrem todo o corpo, estão paradas na encosta duma colina. Uma delas está com as mão erguidas em sinal de oração. Ao fundo podemos ver uma vale cheio de árvores e um rio, além da silhueta de uma cadeia de montanhas.


Ainda que nessa foto os objetos principais sejam as quatro mulheres, percebesse o uso de uma longa profundidade de campo. Mesmo não estando completamente nítidos, o vale  abaixo delas e o céu contribuem muito para a composição, se eles tivessem sido retratadas com um fundo completamente desfocado a foto não teria tanto impacto.

Legenda: Henri Cartier-Bresson Jean-Paul Sartre, Paris, 1946
Descrição: Na foto vemos dois homen, um deles está de costas e desfocada, já  o outro está em foco de frente para a câmera, ele está vestindo um grosso casaco de pele e fuma um cachimbo. Atrás podemos ver alguns lampiões de iluminação e o telhada de alguma construção.


Essa situação é diferente, o objeto principal da foto é o escritor Jean-Paul Sartre, mas há  um homem entre a câmera e ele. Utilizando uma pequena profundidade de campo Bresson consegue contornar esse fator,  mesmo não estando em primeiro plano Sartre é colocado como principal objeto da foto. 

Então na hora de sair para fotografar não se esqueça de prestar muita atenção  na profundidade de campo, ela é um fator importantíssimo na hora de destacar ou esconder detalhes. E vale lembrar que, assim como o círculo de confusão varia com o tamanho com que uma foto é impressa, a profundidade de campo também varia.

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